sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ESTANCA CIDADE

passeio a pé pelo centro da cidade
estou bêbado
estamos bêbados
como a criança do livro
todos passam sem prestar atenção nos seus iguais
semi-vivos
filhos da mesma matriz sem realidade
ainda se perde se frenquenta
se aglomera não se faz questão entender-se
então se arruma e se ausenta
deixa a luz acesa pra poder voltar a ser o mesmo
Coorigir ou acertar a falha do corpo corrige o pranto da alma ?
devaneio a pé pela cidade
ela minha saída e meu próprio labirinto
se é assim então estou desiquilibrado
pois o que me faz e permia está descambado de sendso de repartir e de desejar.
Nada na lama e não passa o pé para o embarque na alma.
Sorrir, sorrir, sorrir e devorar
missangas, minutas, horas, pesadelos
já se são pressentidos no corpo enxovalhado e na cara...

Criamos mitos sem dificuldades
mimamos mitos de afinidades

Caminho a pé pelo centro
é meu aniversário
nem de longe vejo
só há prédios, pessoas, garranchos
grudes, galgas, objetos, comidas e sucessos momentâneos
todos parasitam aqui e acolá
desanima a vulgar ciência a dominar o ramo prático da vida
a se atrelar somente ao material.
não foi pra isso que se contruiram estradas e estadas nas vias
de se reconhecer no próximo outro ser humano
é já dizia o poeta, Já deu pra sentir ser urbano
mas quando eu nasci não havia quase amor
e a poesia era prosa travestida de humor.

Carinha a pé pelo centro como muitos já viram
ou olvidam até não mais falar e isso é rápido
tudo se torna pra ele imediato
ver ou esquecer aquela figura só no mau trato
talvez o corpo pressentisse aquilo víamos no ato
o pescoço vira a lata ao lado da mão e a cena fotografada torna-se um hiato.
o que é pára assim mesclando o senso de si e da cidade.
Ainda não se compreendeu no breu que nao se tem saciedade
não cessa não liberta não restringe
e voltasse ao sempre ao teu mais fácil palácio.

São tuas veias animais que fundaram esse dorso contundido de cidade
o descalabro mítico da nossa passividade da peculiaridade de não falar
que o rei está nú
que o rei rui
que a cidade do trono do rei é a ruina da própria falta de fluxo
pro dentro e fora dessa enormidade.

Tiago Felipe Viegas Carneiro

ao metro-ônibus-movie do meu aniversário com a minha visão mau humorada de hoje.
Incômodo.

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