segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


era um eu medonho muito doido

daqueles que fazia o outro crer pra acreditar

mas não nascia mais realidade e verdade de mim

então me afaste

então se afastem de mim, sou daqueles que podem tirar, dar e fazer chorar ao mesmo tempo


me deixe


me ameixa seca

só saboreie ao final da ceia


não sabemos esse tipo de amor também.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/12/2013

acordei que queria dançar



Hoje andei pela cidade dançando

era livre a esse tanto e não sabia

quero ser livre um tanto assim e me prendia


Hoje cansado subi a ladeira e me pedi perdão

tenho errado tanto

o que eu fazia ali naquela ladeira?

queria transpirar tanto que secasse o que não choro mais


Hoje de tarde andando pelas veias que eu não quero mais compor

me veio a sensação clara que quando sair vou sentir saudade daqui

daí minha quinzena de choro quando estiver fora.

daí meu sistema de me dar a dor suficiente para me afastar e refletir


mas o erro é entrar na ladeira desgovernado
o erro é de querer governar esse país corrupto de favores ao prazer
o erro é culpar esse poder de ter prazer e errar.




Hoje de tarde eu dancei pois o melhor pra minha própria evolução
é continuar na rua dançando, imaginando que sou o bailarino do bolshoi-funk-de-garagem da rua barra funda 34

imagino o meu corpo inteiro meu semblante liso e um sorriso.



Tiago Felizpe Viegas Carneiro  30/12/2013



Mr. Tiagojangles


é caminhar pela cidade no meio da multidão
e o medo da solidão


Mr. Tiagojangles

é fim do ano

é caminhar pela cidade em busca de si
por vários cantos ao mesmo tempo
e nada encontrar pois não há nada
que te ponha mais ao centro
do que há em ti



Mr. Tiagojangles

é tempo de deixar a vida passar ao tomar a cerveja gelada
nesse tempo escaldante
é tempo de não magoar e nem dizer adeus
pois nada mais se encontra tão vazio
quanto o teu existir



Mr. Tiagojangles

É vida que tem que deixar chegar pra não mais existir de forma precisa o ano que passou
é consenso que você tem que existir para se deixar levar
é sensibilidade que tem que ter para baixar a cabeça e se resignar
ao passado que ele te sirva de lição e ligação das lições presentes com o futuro


Ao Futuro Mr. Tiagojangles
ao futuro com amor
ao futuro com paz, silêncio para que você possa se escutar,
ao futuro com harmonia, passos precisos e necessários
ao futuro com humildade para que o passado seja honrado e não lhe doa mais.



Mr. Tiagojangles

É sim um novo ano
aproveite. Seja justo consigo.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/12/2013




peço que se guarde de mim

hoje não é o meu melhor dia

pedi que me tirasse do teu colo

nada de mim surgia


não é nada de mais é só a minha tristeza de fim de ano
não é nada de mais é esse coração despreparado pra ser.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/12/2013

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013



muito fácil? pra mim?!!

você me querer assim

é um arranjo da vida

muito fácil

se dispor a vida se dispor dessa maneira



quero ver mais embaixo.

e ver se o trevo dá sorte.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013



diz alexandre

como é que faz pra vida
não travar o coração?

se eu sou um cidadão
longínquo parado
imaginando que o meu bairro
é um carnaval inacabado


diz Niquimba como subir na traseira
dessa ladeira e perceber que o raiar por trás do muro
é um espaço indeterminado a se expandir?



diz alexandre como ganhar um mundo saindo de thebas
e não procurar ambicionar mais?

Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013




espero não te incomodar entrar nesses estágios de entrega profunda pra poesia
mas isso é o que me mantém vivo


espero não te amofinar nesses meus momentos de loucura
mas é isso que me mantém lúcido
brincar entre a realidade e o excesso
o que é sonho
o que é sono
nosso
e o que é o colo.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013










você teria coragem de cantar comigo?


eu teria a pachorra de encontrar você absinto?


você teria a coragem de me ver assim realmente liberto
a te desejar e não te esquecer?


Você teria a coragem de me dar um colo ao frio da tarde
sabendo que um cobertor só não nos cabe mas nos aquece em partes?


Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013



são paulo usina de fugas

são paulo usina de carros

são uns ainda os mesmos

fuga com carros

uns com sinas de só não ver o que realmente interessa


são paulo por cima de umas

mutila seus capachos


pelo fígado, pelo baço
pela intriga e pelo fato de estar aqui.

você pode não querer ver
mas o fogo da cidade
mesmo com a tua fuga acontece por todos os lados.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013



a verdade é de cada um

e não há como tirá-la da alma

mas há como enterrar na lama

a verdade é uma

e não como descobri-la sendo tolo


a verdade é uma

e só vamos encontrá-la sendo uno.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013


de acertos e bem vindanças


pensei em não haver sorte pra mim
que não a morte certa

acordei daquele pesadelo pensando
que bom que o coração tem outras cetas.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013

de procurar flores e trevos



de procurar flores e trevos

pensei nas sortes da vida

impossível não pensar em consortes pra atravessar um caminho

mesmo ele aparente retrógado, um passo pra trás três pra gente


mesmo eu ainda não achando meu amuleto que dá o norte.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013

domingo, 22 de dezembro de 2013



e me vem você com tudo isso

me renascer num outro dia

e venho eu lúdico te dizer

ama amanhã
pois a nos renasceremos novamente.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/12/2013



hoje eu senti minha coluna se acertar
meus pés tremerem sem câimbras
eu dancei sem amarras

minha espécie de anjo da guarda veio
e me disse, manso, no meu ouvido

seja feliz e livre pra estar onde quiser.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/12/2013


ouça-me bem amor

o mundo é um descaminho

de cada amor tu terás uma verdade oblíqua


veja-me bem amor

o meu desejo cada vez mais é carinho

posto na vida é uma parte do destino


preste atenção bem-vinda

o mundo agora é um redemoinho

dos ventos que fiz agitando os braços

pois eu também estava solto no mundo.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/12/2013


e eu não deveria estar em outro lugar

a não ser esse


pois se o poeta é um estranho no ninho

meu ninho obviamente não era ali

Se o meu mundo não é essa cidade

que gosto saudável é ver o seu ciclo


sei o que não quero mais pra mim

é assim que te vejo cidade.


Não a quero mais apesar de todos os caminhos lógicos
desse algorítimo da vida me levarem a ela.





Meu gosto agora é o mais saudável pra mim.
e talvez pra ela, a cidade.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  23/12/2013

sábado, 21 de dezembro de 2013





cortando as unhas pra não se ferir

andando com a espinha ereta para não se doer


tomando água para melhorar a hidratação

cabeça erguida pra ver os caminhos a serem tomados

tirando a vida da tomada

pois já tem bastante energia circulado dentro

não é preciso o campo magnético no externo para atrapalhar.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 21/12/13


hoje joguei tanta coisa fora
a alma fica mais vazia assim

hoje lavei tanta roupa escura suja
que a água até saiu mais clara
e as lágrimas também

precisava de um tempo parado para entender
você acorda e saí por aí
tudo continua como você nunca viu antes

eu me encontro e não sei por onde começar
talvez já tenha começado

joguei tanta coisa fora.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  21/12/2013

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013





nunca antes na história desta poesia
o que era de Abrantes se tornou tão forte

nunca um forte foi feito com tantas passagens e brechas


Tiago Felipe Viegas Carneiro 21/12/13


é tanto que não cabe em mim

é tanto que invade
incomoda

e os incomodados se retiram

então um beijo aos retirantes

e um bem vindo aos itinerantes



Tiago Felipe Viegas Carneiro  21/12/13



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013



agora te bloqueio na rede
pra preservar a minha vida

agora te bloqueio nas portas
pra eu ver outra saída


tudo pra você está bem resolvido


mas pra mim

bem, agora já é outro caminho.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 14/12/2013


Minha terapia ainda é você
só que dentro de mim agora

minha solidão agora
é em você
pois estou abandonado aí dentro


sua solidão aqui dentro vai acompanha da certeza
pois algo teu ainda impregna meu olhar
talvez seja esse tempo todo junto

ou quem sabe a fúria interina do que foi fim e foirtúito

pra te esquecer preciso desaprendrer o mundo
e reconhecê-lo em mim.



Tiago Felipe Viegas Carneiro  14/12/2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013




E eu leio o poema do limão e do beijo roubado
e eu leio a mulher que nome nenhum nome lhe cabia
creio que poderia ter todos esses poemas lendo-te às cegas
em meio ao trançado do amor que poderia nos acontecer
se as flechas não estivessem tão desorientadas e os ventos
que constipam o lado esquerdo do peito não levassem para outro lado.
Eu leio meus poemas de ilusão e nem quero saber o que está ao lado
eu lido com meus sonhos como se fossem reais
mas só os cílios de quem sonha são reais ao se encostarem
para um beijo.



Tiago Felipe Viegas Carneiro  24/11/13


as vezes eu queria saber o que você pensa de poesia quando chega madrugada só pra saber onde você quer me estar

outras eu só queria saber que você me quer



mas olha bem a merda em que nos metemos


um é olhar pro céu e o outro a conquistar terreno.





Muitas vezes eu queria um deslumbre pequeno
mas foi tudo tão grande que não compreendo




ah verso que você dança seja o delírio qual for



queria que você se abrisse mais pra mim como uma flor.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 13/12/13

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013



o que é do homem o bicho não come

tem a curupira pra proteger

e o senhor da mata para abençoar



o que é pra ser o dito popular não muda

mas muda quando a gente combate valente esses preceitos

de quem se julga detentor da verdade


é feliz quem se assume e sabe que a verdade é caminho longínquo

e que da vida se sabe sempre compartilhar.



Tiago Felipe Viegas Carneiro  11/12/13






Eu gosto das imagens toscas

afinal é bruto mesmo o que enxergamos

depois de um tempo é que vamos lapidando o olhar



Eu gosto de sons trabalhados, mas não de música clássica

me estoura os sentidos pois tenho apenas direita e esquerda


Me sinto assim ao ver imagens ocas

teriam algum significado se as visse por dentro.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/12/13

terça-feira, 10 de dezembro de 2013



te gosto
e faz um tempo isso

que nem no gosto mais profundo da fruta
que te causa alergia eu senti esse prazer

nem vulto mais sombrio da sombra
te vejo com querer

te queria gozo conjunto

mas nem nos lençóis mais ardentes
nos servimos na cama


te gosto por gozo da vida profundo.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/12/13



não sei a dor do parto
mas sei intimamente a dor de partir

sei a dor e o prazer do fogo
sei a coragem de colocar a mão ali
dentro do peito e saber que pulsa

o ir e ruir

desconheço o todo do sofrer e o rombo da falta

sabe, no fim sempre tem o que há de te acontecer.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 10/12/13

no mesmo piso





Não vou te seguir

Nem mulher

Nem bem feita como estás

Só queria teu saber que é sabor também
Que é um tipo de amor
Que é desconexo e amém
Mas penso viver isso dentro de mim
Mesmo não sendo
Desejo saber isso de dentro
Pra não enganar
E pra ser sincero só espero de você o que você possa dar.



Talvez seja assim

Você não me queira até saber aonde eu te quero.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 07/12/13

acidentado




Tenho que por um sorriso nessa face
Preciso aprender a ser
E saber a vez de me lançar

A dor e o risco são parte do precipício
O deleite e o deletério são pulsões

os amores não.

Mas todo caminho que te leva até lá acidentado.
por qual razão ser também não seria?

Tiago Felipe Viegas Carneiro 09/12/13 – 10-12-2013


amor aos milhares





Quero amor aos milhares
Quere tê-los em todos os mil fios do lençol
Mas não quero saber de seu passado

As tramas do algodão estão lisas agora
para poder amassá-las depois
junto com as fibras dos músculos

Os fios dos cabelos embaraçam
As ilações dos quereres protegem os corações.
As pernas e os corpos compõe a estampa
Lábios corais, rosas, mãos e ventos se fundam
perante a brilhantes  fendas.
Corpos nus, amores a olhos vistos
dar ao corpo o que é justo
dar a alma o lhe afeita.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 09/12/13 – 10/12/13

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013



não tenho paciência para fotos

retratos, poses, sorrisos


só sei apertar o botão e enquadrar da melhor maneira possível

por isso nunca saí bem em fotos

é sempre forçado ficar num momento para sempre


preferi as sensações

elas deixam as imagens na cabeça.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 06/12/13






me deitei sobre as águas

não foi o suficiente


submergi e pedi

que a dona das águas retirasse

tudo dali

apertei o dedo contra externo dentro da água gelada

e rezei.


Depois andei pelas pedras da praia para ver peixes com as crianças.

Foi bom nadar e sentir abrir o peito todo de novo.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 06/12/13

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013




Os passos vão ficando mais pesados
.
Um dia após o outro começo a sentir o pé mais fundo

se estabelecendo abaixo do nível do solo.

Não estou na lama nem da areia movediça, seria muito clichê e não refletiria a verdade.

A questão é estar me imobilizando sentindo a pele se unificar a terra.

Dar o primeiro passo perto da própria terra para fora de si mesmo.

Para fora do que os outros pensam de si.


O bater das asas vai ficando mais leve

até que o coração possa aportar em outra lua.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 04/12/13

terça-feira, 3 de dezembro de 2013



minha ignorância me mete em caminhos
nunca dantes inundados de tanto pavor e pressentimentos

fúria e gosto nunca se misturaram tanto na minha boca
nem na tequila ardida e vagabunda servida em data comemorativa

as nunces das ancas da vida nunca fincaram pressão tão sentida na pele

nunca o coração se fez tão impreciso e vago

meu coração que é do mundo

que todos os amores em mim.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13

Cicatrizantes



Eu tentei:

merthiolate, mercúrio cromo
água oxigenada, água boricada
Alivioderm, Bepantol
Bluderm, Cicatrizan
Fibrase, Fitoscar
Plastenan, Trofodermin
Zicopan, Furacin
Hipoglós, Iruxol
Murazyme, Novaderm
Cauterex, Cutisanol

Sintéticos não funcionaram.


Tentei pelo álcool

Cervejas, Whisky
Vodka, Gym,
Vinho, Cachaça
Jurupinga, Aquavit
Run, Conhaque
Martini, Grappa
Jerez, Vermut
Fernet, Licor
Manzanilla, Vinho do Porto
Pisco, Champanhe
Tequila, Rum



Também tentei algo mais natural:

Arnica, Óleo de Copaíba,
Babosa, Quinoa Real,
Casca de Mamão, Óleo de Rosa Mosqueta
Centella Asiatica, Chá de Espinheira Santa
Seyva de Pégasus, Bardana
Cenoura, Cipó Chumbo
Calêndula, Casca de Jatobá
Camomila, Agrimônia,
Aloe Vera, Tomilho
Guaçatonga, Colágeno
Própolis, do-in, acupuntura
colo de mãe, desabafo com os amigos
terapia, DR

Nenhum deles funcionou.


Talvez a minha amiga Vida esteja certa, o tempo talvez seja o único remédio.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  03/12/13

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013




um passeio no parque

um volta pelas ruas

uns sonhos que se criam soltos

vão por aí


os que se criam fechados

são as fachadas das testas sisudas

dos campos em que nada se semeia


um ar novo e um sorriso no rosto


Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13



quando mais novo

queria escrever um poesia por dia


hoje só busco em mim um sentimento sincero.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13





em frente a porta da casa escura

perco a chave

procuro nos bolsos não a encontro


em frente a porta do mundo

não encontro as chaves certas

procuro nos meus fichários do colégio e colo da mãe e do pai

não as encontro


De frente ao espelho sem camisa

apertei um ponto em que acreditava deixar vazar do coração

precisei de maçarico e britadeira


a mão que fará isso?

preciso abrir outras portas antes.



Tiago Felipe Viegas Carneiro   03/12/13




sabe-se lá

que o sabiá

ou andorinha mesmo

poderia me acordar e

me fazer abrir o peito voador em espiral

me reconstruir e deixar para lá

o que a ilusão fez com que me pertencesse.




sábado, 30 de novembro de 2013





nenhum sinal

pisca a luz


bate a porta

ninguém abre

quando aporta o vento

escuto ele dizer

vim pra levá-la.


nenhum sinal

abre a porta

solta-a de uma vez só.

estrondo.

arremessa-me para outro lugar

ali já não havia mais nenhum farol.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 01//12/13






Quando menos se espera
ela chega e posterga
e prospera uma tristeza que não cabe dentro do peito

é a mancha da lichia na camisa preta

suco de fruta tóxica


Tiago Felipe Viegas Carneiro  29/11/13



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

coração grande



ela me disse um dia

você tem um coração muito grande vai descobrir isso

tirei o cobertor num dia de calor

veio o fincão no peito


Tiago Felipe Viegas Caneiro 30/11/2013

Saçurá



Saci de olhos vermelhos

pé que lhe mantém estável como pode

representação dos teus

fuma teu cachimbo em paz

deixa mergulhar o sonho de antanho


Vem a mim no meio da madruga e bagunça tudo

bate porta, quebra louça, se esconde

me trança a vida como se fosse a crina do cavalo

esconde o doce do ventre da alma quista.

Vem também ao amanhecer e na profusão de tudo

ri de mim, perdido mudo


Ah Saci de olhos vermelhos

que me faz avermelhar e ver melhor

a floresta encantada

encontrar o do pé pra trás

e esconjurar o satanás


é, Saci que borbotoa no broto oco do bambu

e me encaminha nesse redomoinho louco da vida

que roda a saia da moça que não tem mão pra segurar

que derruba o homem que quer a moça mas não consegue falar


só se sabe saci

quem sobrevoa, observa, com a tua música na mente, e sabe te encontrar.


Vai Saçurá, proteja minha casa e todas as ninhadas.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/11/2013


Para o meu querido Saçurá


A TRAMA E CAMISA DE LINHO



Camisa de linho Colombiana


Preciso não cuidar

Preciso cuidar para não ferir


Preciso ser preciso

oferecer o necessário para passar

e não como um pedinte

pois posso imprimir o sentimento errado


Preciso te falar

não posso te faltar

em caso de querer conversar


preciso entender que é momento de aceitar

e de deixar acontecer.

deixar a distância ditar

o tempo de como as coisas devem ou não se tecer.



Linho da Camisa


A trama da vida é o que faz tudo ter um enredo.

E o carretel do veio inicial da vida nunca tem fim.


Se cria o enlace de fio por fio

no dia a dia rapidamente


Para enfeitar

Fazemos então o bordado delicado

pregamos o botão simétrico ao furo

para que se junte no futuro

ao se vestir a camisa e dar início ao acobertamento do tempo

pois a trama do tecido está ali pra ser desvendada

e não desembaraçada.





Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13 - 30/11/13




A gente nunca se sabe

a gente nunca se cabe

que nunca se acabe


Tiago Felipe Viegas Carneiro  30/11/2013

Camilante



Camela a caminhante
por desvendar os mistérios
de seus próprios passos

Camela Camila
que a letra tem seus segredos


não gagueja Camela
pra não perder teu ritmo

De gamela a bacia
de noite e de dia
Camela Camila

Com pressa dores nas costas
e tudo sempre pronto pra estar sempre atrasado
Camila camela e se surpreende com o resultado

Camila camela
pra poder tirar o véu do mistério de viver.


porque criar é viver e pra você isso é irrestrito

Tiago Carneiro 29/11/13



para Camila Prietto

quinta-feira, 28 de novembro de 2013



Espeta pouco na pele

mas fala duro feito um coração


Estreita oriundo da arábia

firmar no peito uma intenção


espreita arguta na espera
pra falar de novo ao coração



Deixa, deixa, deixa o que tenho que fazer nessa vida

preciso de mais crescer e amar

Sim, amar, mas ao mar e com simplicidade.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13


eu queria estar mais sem amarras
pra te contar, pra te convencer, pra te ter, pra saber o que é o desejo

eu queria te encontrar pra saber o que é o beijo

pra te falar

pra saber o que são os lampejos que acontecem dentre o povo.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13

Para Mariana



E quero agradecer a tua mão amiga
e quero agradecer ao teu conselho
quero pedir desculpa por eu ser pentelho
quero que faças uma viagem a gringa


Quero te dizer que cada agulhada foi funda
que cada caroço na orelha não foi fortuito

Esmero pra te dizer que o teu caminho também foi o meu
Espero que o teu caminho tenha muita alegria pois é seu


Quero te dizer que isso foi no intuito
pra te falar que carinho é tudo.



Tiago Felipe Viegas Carneiro  29/11/13

Para Mariana Amargos

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Luar de minha visão



Luar de minha visão


                     I

Toda mulher é uma espécie de lua

a reluzir a cidade e seu contexto

e tudo o que há de singelo nesse olhar

há de orientar o olhar dos passantes.





                     II

É possível então
refletir a luz do sol
e criar iluminuras
feito escarificação
por dentro do peito.



                     III

Uma vez lua nostálgica
outra vez aviso de bom tino
na verdade um desejo
que não estava lá
onde eu espero.




Tiago Felipe Viegas Carneiro  20/11/13 - 27/11/13











Obsoleto

Construído para

per-do-r-ar

pássaro preguiçoso

para rimar.



Manhãs raras



Manhãs raras

          I

São confusas as sensações
vem de cintura em cintura
e tenta procurar o corpo
que dará calor ao amanhecer.


O vento vazio da manhã
que se cria se preencherá
de um ar mais frio, denso
e menos dinâmico.

São profundas as inexatidões
de amar tanto tudo ao mesmo tempo


         II

Venta o ar matinal nas videiras
Contorce o dorso dos troncos
Vida inteira se agarra e se aperta


         III

Talvez como videiras
produzamos a melhor fruta
ao dobrar o dorso
no encontro com o vento.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 19/11/13




Meus traços

rabiscos faceiros

não são fáceis

difusos sucumbem

a uma certa distância.


Tiago Carneiro 19/11/13

sexta-feira, 15 de novembro de 2013



depois de tanto tempo sedado
depois de tanto tempo amarrado

muito depois de ser culpado

me encontro ingênuo ainda

voa lambida do cachorro que perdoa
quem fere a mágica da vida.

que a vida em mantenha sedento.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 15/11/2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ameliepoulando



necessidades da manhã
 
um tarot bem jogado

um horóscopo caprichado

um sonho de menino

a visita de um anjo

a caridade de uma lambida do cachorro

e ser solicito a ponto de atender aos próprios desejos.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 14/11/13

quarta-feira, 13 de novembro de 2013






a irrealidade do estar

é a mesma realidade do mal estar

distanciar desconhecer o sabor da uva

desfazer reconhecer o que não é mais seu

recolher o brinquedo de montar deixar confortável o que é seu e mudar a forma de ser.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  13/11/2013


segunda-feira, 11 de novembro de 2013



tenho quatro setas de dentro pra fora do peito

e me coroo sabendo pra onde tenho que ir

tenho quatro metas que formam meus anseios

que perfazem o meu labirinto íntimo

no centro, ali andando,

quem me conhece

   sou eu.

Tiago Felipe Viegas Carneiro 12/11/2013


Saí com um som na cabeça

Saio com a sonoridade da cidade que me guiou

Meu mundo musical sobrevoa o corpo do mundo

mas liga-me as tripas e extirpa de mim o mal de não aceitar caminhos


Para no há outros deslumbres

E que deixe o lugar

Mas que desembeste a vida.

Sigo agora assim um caminho.

 Transformar o mundo por mim.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  12/11/13

domingo, 10 de novembro de 2013

e romper tudo e amar


e romper em pleno em vôo

e de rompante sem roupas rascantes amar

tirar a máscara e perfilar
cada uma das suas existências

retirar a lente do olho pra dormir

são demais os impecilios dessa olhada

mas são esses os caminhos da alvorada.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  11/11/13

onde se fecha


onde se fecha

se encontra
 a asa


se abre

e se voa


Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13


convexo
recôncavo
não conheço a bahia

mas bá
a gente ia em meio a sotaques
em meio a sermões hortodoxos
em meio a palavras dos anões

plano e com pedras
se chega a algumas reflexões
ao final o vidro faz parte do espelho.

e tudo se quebra
concavo
convexo
pleno, plano, plexo

Tiago Felipe Viegas Carneiro  11/11/13



perverso
o sexo

reverso do sexo
perverso

sexo bi-sexo
sexo-suado

trecho puro da vida.


vi um pássaro
dei mais um passo no parque
um marco crescente dentro do peito
passei pela fresta da gaiola
delicado com o efeito furacão

perdi meu passo
prendi a respiração
deveria tê-la solta desde de quando nasci

é possível chorar mesmo sem ter sentimento reconhecido

caminha-se independente do jeito

pois no mais das vezes se tropeça
o importante é ter a elegância do pássaro quando erra a presa.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  11/11/13



Angústia é algo certeiro

O peito um alvo perfeito

o arroz e o feijão uma combinação aceita

o aparelho digestivo um transmutador de matéria perfeito

se passa então no corpo o que toca e transmuta do se e nos consome.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13

Obscuridade


Um dia um poeta uruguaio determinou a volta do tempo da luz de um farol.

Um dia eu entendi que por trás do que é escuro aos olhos abertos
é claro ao entendimento do coração.

Uma maneira de se olhar nunca atende ao que se anseia de verdade.

Distanciar do farol não quer dizer perder a luz

é querer enxergar o mundo com seus próprios olhos.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13

quarta-feira, 6 de novembro de 2013



meu passado liga a minha vida

mas não posso ligar pra você

logo a gente que tem tanto passado e não pode mais se ligar.





algumas coisas não levam a nada

outras, do nada

te elevam

é tarde e no cerrado chove

o tempo que vem depois da chuva é clichê.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 07/10/2013

terça-feira, 29 de outubro de 2013



Meu canto
aqui meio Cerrado desalocado desfeito


Agora chove e aflora aqui.

Agora explode e ninguém vê.

Empoça e me aposso de sentimentos únicos

me remoço de acontecimentos fúteis

tudo pra esquecer a dor toda e qualquer dor que já não me tenha mais importância.


Meu canto desafinado meio que serra no ato as notas
importante ninguém notar
importante as vezes ir pelo ar.

não chove a flora de mata atlântica por aqui
aqui é tudo serrado ou semi cerrado nos olhos loucos, bêbados


quando chove dentro e fora esverdeia tudo. e desloca.


Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/10/2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013



se livra da poesia

quem se recolhe do viver

se livro é poesia

é de quem se acolhe no tentar entender.


mil ludovicos soltos

mil lunas


mil desembaraços


mil e um tortos

mil e um soltos


bem mais que mil livres


bem mais morrendo e aprendendo que a vida é só uma outra maneira de caminhar

cobertor em dias quentes



deveria dizer não mais saudades


devo dizer apenas sinto carinho por você quando encontro as pessoas

a saudade cobra

e encobre o valor do que realmente se sente.



Tiago Felipe Viegas Carneiro 25/10/2013



Queria um botão rabisque

Queria um botão crie

Queria um botão de rosa, cinzas




sempre fui chegado a amores novos
pois os amores novos são rebentos lisos
cheios de gosma de placenta

sempre fui chegado a revistar amores antigos
na lembrança tem o cheiro do bem quisto ainda
na realidade são uma vizinhança boa a quem se oferece uma tarde com café


as pequenas paixões também me encantam
são ligeiras e trazem os frescor das violetas
não é necessário para elas serem regadas todo dia


Me apraz regalar os sentidos em uma confusão de sentimentos como esses.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  25/10/2013










num quarto claro
o minguante é lúcido

num quarto cheio
o minguante é desatino


num quarto minguante
busca a luz é o destino



Tiago Felipe Viegas Carneiro 25/10/2013


Do significado do caminho




Não se caminha somente
Não se encaminha só

Se utiliza, ou melhor recebe a vida
e se faz um caminho em meio a vários nós


saber a diferença sua para o outro
talvez não seja o suficiente

saber a igualdade tua para o outro
talvez não seja agradável

saber que se trilha sua própria
percepção talvez seja incrível

o que sabemos de fato é que toda
caminhada objetiva chega num fim

afinal a vida tem os seus fins.




E se a minha insegurança for o caminho da mudança que nego?
E se o caminho que quero for o de não estar seguro e preso a amarras?

E se o amor que eu carrego for tão maior assim que eu?
que eu te dê tudo isso e estejamos tão distantes dele que
não compreendamos e o deixemos perder por questões
medíocres?

E se o amor que tú me destes fora cristal que derreteu em meio ao fogo infindo
e te e me queimou?

E se esse caminho todo for só o que sobra da racionalização de uma dor
de não conseguir um fundo de uma fuga que só em fantasia me lembre
que sou só uma lebre leve que foge e funde a velocidade delicada
que é o amor e que se planta feito um enxerto na árvore fecunda da vida?


Eu sei que me enchi de amor
e depois me enchi do amor
pra me encher de dor

pra me curar pelo amor de novo

isso não é das coisas que não podem mais ser palavra.






Tiago Felipe Viegas Carneiro  10/08/2013 – 25/10/2013