*sem revisão
Reflexão
Nestes dias, muitas vezes, os
rostos são impassíveis de boa vontade. Nada laceia essa bocas para um sorriso.
O mundo que chegou aqui com a globalização fez a gente se levar muito a sério.
O povo hoje em dia não gosta de conversar com
os velhos seja no ônibus ou no metrô. Qual o medo que se tem deles? Qual
o medo deles?
Esse tempo em que temos o fetiche
pelo moderno, pela excessiva quantidade de tempo em diversão, pelo tempo que
gastamos no trânsito, pela nossa imobilidade política, pelo nosso consumo
extraordinário de álcool, energéticos, tonificadores musculares e pelo
comunicador mais moderno em nossos bolsos para que no primeiro momento de tédio
mostremos a nós mesmos que ali não é o único lugar em que posso estar, produz
um conteúdo cuja qualidade é inversamente proporcional a quantidade produzida.
Essa lógica insana, a que estamos
submetidos, deixa a todos deslocados. Não vejo como seria possível obter outro
olhar sob essa cidade.
Sucesso é algo medido. Bem estar
é algo medido. Se divertir é somente a quantidade de álcool e música que a
gente ouve. Houve um tempo em que se divertir era discutir até a última gota de
cerveja do copo. E que o trabalho tinha um valor mensurável. Hoje não sabemos o
valor de uma vida. Às vezes vale uma bala que o estado paga, ou os dez reais da
paranga, ou o carro financiado ou até o financiamento da casa.
Sério que muitas vezes tento
entender a lógica do obter e ser aquilo que obtenho. Se eu tenho as não usufruo
o que sou então? Se eu tenho e usufruo sei o que sou. Ou o que tento ser. Nada
é mais isso. Segundo a nossa lógica o tempo voa. A vida passa e temos que
trabalhar e temos que nos divertir.
Esquecemos que temos que
refletir, pensar e sair para executar. Só assim podemos sair do olhar do sob e
ter o olhar do sobre.
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