sábado, 17 de novembro de 2012

Reflexão



*sem revisão




Reflexão

Nestes dias, muitas vezes, os rostos são impassíveis de boa vontade. Nada laceia essa bocas para um sorriso. O mundo que chegou aqui com a globalização fez a gente se levar muito a sério. O povo hoje em dia não gosta de conversar com  os velhos seja no ônibus ou no metrô. Qual o medo que se tem deles? Qual o medo deles?
Esse tempo em que temos o fetiche pelo moderno, pela excessiva quantidade de tempo em diversão, pelo tempo que gastamos no trânsito, pela nossa imobilidade política, pelo nosso consumo extraordinário de álcool, energéticos, tonificadores musculares e pelo comunicador mais moderno em nossos bolsos para que no primeiro momento de tédio mostremos a nós mesmos que ali não é o único lugar em que posso estar, produz um conteúdo cuja qualidade é inversamente proporcional a quantidade produzida.
Essa lógica insana, a que estamos submetidos, deixa a todos deslocados. Não vejo como seria possível obter outro olhar sob essa cidade.
Sucesso é algo medido. Bem estar é algo medido. Se divertir é somente a quantidade de álcool e música que a gente ouve. Houve um tempo em que se divertir era discutir até a última gota de cerveja do copo. E que o trabalho tinha um valor mensurável. Hoje não sabemos o valor de uma vida. Às vezes vale uma bala que o estado paga, ou os dez reais da paranga, ou o carro financiado ou até o financiamento da casa.
Sério que muitas vezes tento entender a lógica do obter e ser aquilo que obtenho. Se eu tenho as não usufruo o que sou então? Se eu tenho e usufruo sei o que sou. Ou o que tento ser. Nada é mais isso. Segundo a nossa lógica o tempo voa. A vida passa e temos que trabalhar e temos que nos divertir.
Esquecemos que temos que refletir, pensar e sair para executar. Só assim podemos sair do olhar do sob e ter o olhar do sobre.

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