sexta-feira, 13 de abril de 2012
Cabelo, Cabelereira, para cabeludo e rebelados
Para minhas amigas Ana Elisa, Bia Paro e Kátia Kall.
Uma vai fácil pro trabalho.
Uma vai porque é o que nasceu pra fazer. Traz no corpo a marca.
Outra vai, curte, é árduo, e também, como as outras faz bem feito.
Difícil cortar o cabelo. Difícil, dói o pé, os dedos e o tornozelo.
Ali, em pé o dia inteiro, mesmo durante ou após a ressaca.
O corte ali é exato (mesmo com tesouras feitas para destrinchar e arremeter a ponta)
e deixar nascer cabelo de novo para criar outro corte é fácil, mas tem um tempo para acontecer.
Um tempo lento da lua, do mês, do nascimento, de dar certo o treino para o caimento.
São tantos fios nesse emaranhado de vidas.
Passa uma vassoura, faz uma massagem, são sãs apesar de tantas histórias e memórias que tem que se refazer para manhã seguinte depois da balada. Vejo que elas entendem o que há de mais complexo do ser, o redemoinho, a altura, o desejo, o desejo de altura, o farejar em meio a tantos cheiros o ponto de corte ideal.
Elas cortam. E que corte. Deixam então se acostumar e se deixam emaranhar a mão na laboriosa tessitura desse fio que vem do couro.
Couro tratado com a mesma mão que faz a massagem, que se elástica por entre os poros que entende o que é vívido do cabelo pelo tato inato do talento.
Ah esse tempo e a tesoura. Ninguém espera o corte seguinte, mantém, inova e explora e se deixa levar na criatividade conseguinte da tesourada seguinte.
O tempo lento da tesoura da vida ninguém sabe quanto tempo leva é uma questão de se acostumar com a vida e quando a vivência do que não é mais necessário se desencanta, se transforma.
Um beijo e um final de semana de cortes maravilhosos para vocês!!!
Tiago Felipe Viegas Carneiro 14/04/2012
PS: Teve que sair sem a revisão da Kiel mas se houve erro foi por necessidade.
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Não é porque sou sua mãe...
ResponderExcluirGostei do texto, gostei da ideia, das relações feitas e achei linda a homenagem.