ITAMAR
Nem sempre tenho tudo o que quero. As vezes demora a vir e me ver tentar alcançar e não conseguir me frustra mas as coisas acontecem os dias passam e eu acabo nem me ligando nisso. Foi assim com algo que queria e tentei assistir pois para mim é de extrema importância sendo uma pessoa que trabalha com palavra, criatividade, poesia e é altamente inspirada pela música.
Durante quase um ano tentei assistir ao documentário sobre o Itamar Assumpção. Desde a primeira vez que li queria seria lançado procurei mais informações, mais detalhes, assisti ao especial da TV Cultura sobre o Itamar, procurei informações na internet e redes sociais. Nessas procuras vi ao especial da TV pelo youtube, me encantei com a música que era linha dos blocos finais, uma parceria com a Alice Ruiz, Sei dos Caminhos quase chorei no trabalho assistindo e escutando as músicas.
Tentei várias vezes ver o documentário no cinema ou alguma sala, mas outros compromissos me desorientavam e eu não pude ver. Me chateava a idéia de que ele poderia não ser mais exibido. Na verdade pensando com um artista, como poderia saber algo sobre arte sem ver isso?! Ainda mais no meu caso em que desde criança escuto Itamar, seja nos discos dele ou com Cássia Eller, Zélia Duncan ou Ná Ozzeti interpretando?!
Minha identificação é justamente a que é muito mostrada no documentário, não ter algo que me identifique que seja rotulável. Ser rotulado ou facilmente identificável é dizer que se faz o mesmo e durante muito tempo. De uma maneira isso limita quem faz arte ou se propõe no meu caso a fazê-la. A mídia, a comunicação social, e a estranha aceitação humana muitas vezes nos impõe isso, a identificação, o imutável, o reconhecível. É tão difícil se reconhecer outro? É tão estranho assim mudar, ter idéias, criar sensações diferentes e coisas não parecidas? É difícil entender o diferente?!
Bom no caso de Itamar foi. No caso de “N” artistas foi também. Alguns aceitaram essa imposição.
Mas o documentário foi mais que isso e menos em algumas coisas. Eu esperava demais. E sempre espero. Sempre. Acho que faltou uma contextualização melhor na parte musical de onde ele brotou, de quando ele brotou. Imagino para diretor, família e produtores o que é arrumar material para produzir o que foi feito, e o que está ali é uma realização e tanto, digna, louvável.
Seguir seu próprio caminho, sem concessões é algo soberbo. Ele fez. Vida de artista.
Segue a música e a letra
Na vida sou passageiro
Eu também motorista
Fui trocador motorneiro
Antes de ascensorista
Tenho dom pra costureiro
Para datiloscopista
Com queda pra macumbeiro
Talento pra adventista
Agora sou mensageiro
Além de pára-quedista
Às vezes mezzo engenheiro
Mezzo psicanalista
Trejeito de batuqueiro
A veia de repentista
Já fui peão boiadeiro
Fui até tropicalista
Outrora fui bom goleiro
Hoje sou equilibrista
De dia sou cozinheiro
À noite sou massagista
Sou galo no meu terreiro
Nos outros abaixo a crista
Me calo feito mineiro
No mais vida de artista
http://letras.mus.br/itamar-assumpcao/269197/
E também tem essa que pra mim é algo espiritual, tal qual a Alice Ruiz falou...
Sei Dos Caminhos
Itamar Assumpção/Alice Ruiz
Sei dos caminhos que chegam, sei dos que se afastam
Conheço como começa, como termina o que faço
Só não cheguei como chegar
Ao nosso próximo passo
Ontem, meu bem, contei até cem
Hoje já não sei
Hoje já não sei
Ontem, meu bem, contei até três
Hoje eu só pensei
Hoje eu só pensei
Sei que me encontro sozinho
Sei também quando me acho
Sei tudo o que você acha
O buraco é mais embaixo
Foi um achado te achar
Perdido acho diacho
Meu bem, porque não vens que tem
Ontem eu pensei
Ontem eu pensei
http://letras.mus.br/itamar-assumpcao/272504/
Nenhum comentário:
Postar um comentário