acabou o chorare
carneiro carneirinho
faz zumzum e mel
com o próprio novelo da tua lã
acorda com o mel derramado na boca
aconchega teu próprio corpo na cama
e teu lar é o mundo, é uma cama confortável
entra lá no teu mundo
faz zumzum e deita
sonha com tudo azul
pois do fim o azul é a cor mais demente do amor
é quando tudo do amor precisa de paz
volta a se enrolar no tecido que produz
deixa o vento frio acontecer e se aqueça
assim é constituído o teu viver
faz humhum e lã
se deixa livre e tonto
põe essa desculpa e faz o que sempre quis acontecer
se deixa pronto e faz o que lhe couber fazer
vai tanger a valsa-funk e compor sem ritmo
pois dado o teu tecer, a vida é tudo fluída
és fugidio do que não mais se encontra
canta tua cantiga de ninar e que faz outros despertar
dorme
se põe só, e mel!
se desperta a tempo de não perder o que é bom de ver
o que do bonde dá pra ver
nuvem de lã
abelha de flor em flor e descobre o que é o pólen
e dele faz um mel mais gostoso
vai ninar
e deixa
faz se ninar
e se deita
face de ninar
e deixa
carneiro, Carneirinho
faz teu mel e pronto.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 01/01/2014
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