quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

acabou o chorare
carneiro carneirinho

faz zumzum e mel
com o próprio novelo da tua lã
acorda com o mel derramado na boca

aconchega teu próprio corpo na cama
e teu lar é o mundo, é uma cama confortável

entra lá no teu mundo
faz zumzum e deita

sonha com tudo azul
pois do fim o azul é a cor mais demente do amor
é quando tudo do amor precisa de paz

volta a se enrolar no tecido que produz
deixa o vento frio acontecer e se aqueça
assim é constituído o teu viver

faz humhum e lã

se deixa livre e tonto

põe essa desculpa e faz o que sempre quis acontecer


se deixa pronto e faz o que lhe couber fazer

vai tanger a valsa-funk e compor sem ritmo

pois dado o teu tecer, a vida é tudo fluída
és fugidio do que não mais se encontra
canta tua cantiga de ninar e que faz outros despertar
dorme
se põe só, e mel!

se desperta a tempo de não perder o que é bom de ver
o que do bonde dá pra ver


nuvem de lã

abelha de flor em flor e descobre o que é o pólen
e dele faz um mel mais gostoso

vai ninar

e deixa

faz se ninar

e se deita


face de ninar

e deixa


carneiro, Carneirinho

faz teu mel e pronto.


Tiago Felipe Viegas Carneiro  01/01/2014








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