segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
era um eu medonho muito doido
daqueles que fazia o outro crer pra acreditar
mas não nascia mais realidade e verdade de mim
então me afaste
então se afastem de mim, sou daqueles que podem tirar, dar e fazer chorar ao mesmo tempo
me deixe
me ameixa seca
só saboreie ao final da ceia
não sabemos esse tipo de amor também.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/12/2013
acordei que queria dançar
Hoje andei pela cidade dançando
era livre a esse tanto e não sabia
quero ser livre um tanto assim e me prendia
Hoje cansado subi a ladeira e me pedi perdão
tenho errado tanto
o que eu fazia ali naquela ladeira?
queria transpirar tanto que secasse o que não choro mais
Hoje de tarde andando pelas veias que eu não quero mais compor
me veio a sensação clara que quando sair vou sentir saudade daqui
daí minha quinzena de choro quando estiver fora.
daí meu sistema de me dar a dor suficiente para me afastar e refletir
mas o erro é entrar na ladeira desgovernado
o erro é de querer governar esse país corrupto de favores ao prazer
o erro é culpar esse poder de ter prazer e errar.
Hoje de tarde eu dancei pois o melhor pra minha própria evolução
é continuar na rua dançando, imaginando que sou o bailarino do bolshoi-funk-de-garagem da rua barra funda 34
imagino o meu corpo inteiro meu semblante liso e um sorriso.
Tiago Felizpe Viegas Carneiro 30/12/2013
Mr. Tiagojangles
é caminhar pela cidade no meio da multidão
e o medo da solidão
Mr. Tiagojangles
é fim do ano
é caminhar pela cidade em busca de si
por vários cantos ao mesmo tempo
e nada encontrar pois não há nada
que te ponha mais ao centro
do que há em ti
Mr. Tiagojangles
é tempo de deixar a vida passar ao tomar a cerveja gelada
nesse tempo escaldante
é tempo de não magoar e nem dizer adeus
pois nada mais se encontra tão vazio
quanto o teu existir
Mr. Tiagojangles
É vida que tem que deixar chegar pra não mais existir de forma precisa o ano que passou
é consenso que você tem que existir para se deixar levar
é sensibilidade que tem que ter para baixar a cabeça e se resignar
ao passado que ele te sirva de lição e ligação das lições presentes com o futuro
Ao Futuro Mr. Tiagojangles
ao futuro com amor
ao futuro com paz, silêncio para que você possa se escutar,
ao futuro com harmonia, passos precisos e necessários
ao futuro com humildade para que o passado seja honrado e não lhe doa mais.
Mr. Tiagojangles
É sim um novo ano
aproveite. Seja justo consigo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/12/2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
diz alexandre
como é que faz pra vida
não travar o coração?
se eu sou um cidadão
longínquo parado
imaginando que o meu bairro
é um carnaval inacabado
diz Niquimba como subir na traseira
dessa ladeira e perceber que o raiar por trás do muro
é um espaço indeterminado a se expandir?
diz alexandre como ganhar um mundo saindo de thebas
e não procurar ambicionar mais?
Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013
espero não te incomodar entrar nesses estágios de entrega profunda pra poesia
mas isso é o que me mantém vivo
espero não te amofinar nesses meus momentos de loucura
mas é isso que me mantém lúcido
brincar entre a realidade e o excesso
o que é sonho
o que é sono
nosso
e o que é o colo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013
você teria coragem de cantar comigo?
eu teria a pachorra de encontrar você absinto?
você teria a coragem de me ver assim realmente liberto
a te desejar e não te esquecer?
Você teria a coragem de me dar um colo ao frio da tarde
sabendo que um cobertor só não nos cabe mas nos aquece em partes?
Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013
são paulo usina de fugas
são paulo usina de carros
são uns ainda os mesmos
fuga com carros
uns com sinas de só não ver o que realmente interessa
são paulo por cima de umas
mutila seus capachos
pelo fígado, pelo baço
pela intriga e pelo fato de estar aqui.
você pode não querer ver
mas o fogo da cidade
mesmo com a tua fuga acontece por todos os lados.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013
de procurar flores e trevos
de procurar flores e trevos
pensei nas sortes da vida
impossível não pensar em consortes pra atravessar um caminho
mesmo ele aparente retrógado, um passo pra trás três pra gente
mesmo eu ainda não achando meu amuleto que dá o norte.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 28/12/2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
ouça-me bem amor
o mundo é um descaminho
de cada amor tu terás uma verdade oblíqua
veja-me bem amor
o meu desejo cada vez mais é carinho
posto na vida é uma parte do destino
preste atenção bem-vinda
o mundo agora é um redemoinho
dos ventos que fiz agitando os braços
pois eu também estava solto no mundo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/12/2013
e eu não deveria estar em outro lugar
a não ser esse
pois se o poeta é um estranho no ninho
meu ninho obviamente não era ali
Se o meu mundo não é essa cidade
que gosto saudável é ver o seu ciclo
sei o que não quero mais pra mim
é assim que te vejo cidade.
Não a quero mais apesar de todos os caminhos lógicos
desse algorítimo da vida me levarem a ela.
Meu gosto agora é o mais saudável pra mim.
e talvez pra ela, a cidade.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/12/2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
cortando as unhas pra não se ferir
andando com a espinha ereta para não se doer
tomando água para melhorar a hidratação
cabeça erguida pra ver os caminhos a serem tomados
tirando a vida da tomada
pois já tem bastante energia circulado dentro
não é preciso o campo magnético no externo para atrapalhar.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 21/12/13
hoje joguei tanta coisa fora
a alma fica mais vazia assim
hoje lavei tanta roupa escura suja
que a água até saiu mais clara
e as lágrimas também
precisava de um tempo parado para entender
você acorda e saí por aí
tudo continua como você nunca viu antes
eu me encontro e não sei por onde começar
talvez já tenha começado
joguei tanta coisa fora.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 21/12/2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Minha terapia ainda é você
só que dentro de mim agora
minha solidão agora
é em você
pois estou abandonado aí dentro
sua solidão aqui dentro vai acompanha da certeza
pois algo teu ainda impregna meu olhar
talvez seja esse tempo todo junto
ou quem sabe a fúria interina do que foi fim e foirtúito
pra te esquecer preciso desaprendrer o mundo
e reconhecê-lo em mim.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 14/12/2013
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
E eu leio o poema do limão e do beijo roubado
e eu leio a mulher que nome nenhum nome lhe cabia
creio que poderia ter todos esses poemas lendo-te às cegas
em meio ao trançado do amor que poderia nos acontecer
se as flechas não estivessem tão desorientadas e os ventos
que constipam o lado esquerdo do peito não levassem para outro lado.
creio que poderia ter todos esses poemas lendo-te às cegas
em meio ao trançado do amor que poderia nos acontecer
se as flechas não estivessem tão desorientadas e os ventos
que constipam o lado esquerdo do peito não levassem para outro lado.
Eu leio meus poemas de ilusão e nem quero saber o que está
ao lado
eu lido com meus sonhos como se fossem reais
mas só os cílios de quem sonha são reais ao se encostarem
para um beijo.
eu lido com meus sonhos como se fossem reais
mas só os cílios de quem sonha são reais ao se encostarem
para um beijo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 24/11/13
as vezes eu queria saber o que você pensa de poesia quando chega madrugada só pra saber onde você quer me estar
outras eu só queria saber que você me quer
mas olha bem a merda em que nos metemos
um é olhar pro céu e o outro a conquistar terreno.
Muitas vezes eu queria um deslumbre pequeno
mas foi tudo tão grande que não compreendo
ah verso que você dança seja o delírio qual for
queria que você se abrisse mais pra mim como uma flor.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 13/12/13
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
o que é do homem o bicho não come
tem a curupira pra proteger
e o senhor da mata para abençoar
o que é pra ser o dito popular não muda
mas muda quando a gente combate valente esses preceitos
de quem se julga detentor da verdade
é feliz quem se assume e sabe que a verdade é caminho longínquo
e que da vida se sabe sempre compartilhar.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/12/13
Eu gosto das imagens toscas
afinal é bruto mesmo o que enxergamos
depois de um tempo é que vamos lapidando o olhar
Eu gosto de sons trabalhados, mas não de música clássica
me estoura os sentidos pois tenho apenas direita e esquerda
Me sinto assim ao ver imagens ocas
teriam algum significado se as visse por dentro.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/12/13
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
te gosto
e faz um tempo isso
que nem no gosto mais profundo da fruta
que te causa alergia eu senti esse prazer
nem vulto mais sombrio da sombra
te vejo com querer
te queria gozo conjunto
mas nem nos lençóis mais ardentes
nos servimos na cama
te gosto por gozo da vida profundo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/12/13
no mesmo piso
Não vou te seguir
Nem mulher
Nem bem feita como estás
Só queria teu saber que é sabor também
Que é um tipo de amor
Que é desconexo e amém
Mas penso viver isso dentro de mim
Mesmo não sendo
Desejo saber isso de dentro
Pra não enganar
E pra ser sincero só espero de você o que você possa dar.
Talvez seja assim
Você não me queira até saber aonde eu te quero.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 07/12/13
acidentado
Tenho que por um sorriso nessa face
Preciso aprender a ser
E saber a vez de me lançar
A dor e o risco são parte do precipício
O deleite e o deletério são pulsões
os amores não.
Mas todo caminho que te leva até lá acidentado.
por qual razão ser também não seria?
Tiago Felipe Viegas Carneiro 09/12/13 – 10-12-2013
amor aos milhares
Quero amor aos milhares
Quere tê-los em todos os mil fios do lençol
Mas não quero saber de seu passado
As tramas do algodão estão lisas agora
para poder amassá-las depois
junto com as fibras dos músculos
Os fios dos cabelos embaraçam
As ilações dos quereres protegem os corações.
As pernas e os corpos compõe a estampa
Lábios corais, rosas, mãos e ventos se fundam
perante a brilhantes fendas.
Corpos nus, amores a olhos vistos
dar ao corpo o que é justo
dar a alma o lhe afeita.
dar a alma o lhe afeita.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 09/12/13 – 10/12/13
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
me deitei sobre as águas
não foi o suficiente
submergi e pedi
que a dona das águas retirasse
tudo dali
apertei o dedo contra externo dentro da água gelada
e rezei.
Depois andei pelas pedras da praia para ver peixes com as crianças.
Foi bom nadar e sentir abrir o peito todo de novo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 06/12/13
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Os passos vão ficando mais pesados
.
Um dia após o outro começo a sentir o pé mais fundo
se estabelecendo abaixo do nível do solo.
Não estou na lama nem da areia movediça, seria muito clichê e não refletiria a verdade.
A questão é estar me imobilizando sentindo a pele se unificar a terra.
Dar o primeiro passo perto da própria terra para fora de si mesmo.
Para fora do que os outros pensam de si.
O bater das asas vai ficando mais leve
até que o coração possa aportar em outra lua.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 04/12/13
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
minha ignorância me mete em caminhos
nunca dantes inundados de tanto pavor e pressentimentos
fúria e gosto nunca se misturaram tanto na minha boca
nem na tequila ardida e vagabunda servida em data comemorativa
as nunces das ancas da vida nunca fincaram pressão tão sentida na pele
nunca o coração se fez tão impreciso e vago
meu coração que é do mundo
que todos os amores em mim.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13
Cicatrizantes
Eu tentei:
merthiolate, mercúrio cromo
água oxigenada, água boricada
Alivioderm, Bepantol
Bluderm, Cicatrizan
Fibrase, Fitoscar
Plastenan, Trofodermin
Zicopan, Furacin
Hipoglós, Iruxol
Murazyme, Novaderm
Cauterex, Cutisanol
Sintéticos não funcionaram.
Tentei pelo álcool
Cervejas, Whisky
Vodka, Gym,
Vinho, Cachaça
Jurupinga, Aquavit
Run, Conhaque
Martini, Grappa
Jerez, Vermut
Fernet, Licor
Manzanilla, Vinho do Porto
Pisco, Champanhe
Tequila, Rum
Também tentei algo mais natural:
Arnica, Óleo de Copaíba,
Babosa, Quinoa Real,
Casca de Mamão, Óleo de Rosa Mosqueta
Centella Asiatica, Chá de Espinheira Santa
Seyva de Pégasus, Bardana
Cenoura, Cipó Chumbo
Calêndula, Casca de Jatobá
Camomila, Agrimônia,
Aloe Vera, Tomilho
Guaçatonga, Colágeno
Própolis, do-in, acupuntura
colo de mãe, desabafo com os amigos
terapia, DR
Nenhum deles funcionou.
Talvez a minha amiga Vida esteja certa, o tempo talvez seja o único remédio.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
em frente a porta da casa escura
perco a chave
procuro nos bolsos não a encontro
em frente a porta do mundo
não encontro as chaves certas
procuro nos meus fichários do colégio e colo da mãe e do pai
não as encontro
De frente ao espelho sem camisa
apertei um ponto em que acreditava deixar vazar do coração
precisei de maçarico e britadeira
a mão que fará isso?
preciso abrir outras portas antes.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 03/12/13
sábado, 30 de novembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
coração grande
ela me disse um dia
você tem um coração muito grande vai descobrir isso
tirei o cobertor num dia de calor
veio o fincão no peito
Tiago Felipe Viegas Caneiro 30/11/2013
Saçurá
Saci de olhos vermelhos
pé que lhe mantém estável como pode
representação dos teus
fuma teu cachimbo em paz
deixa mergulhar o sonho de antanho
Vem a mim no meio da madruga e bagunça tudo
bate porta, quebra louça, se esconde
me trança a vida como se fosse a crina do cavalo
esconde o doce do ventre da alma quista.
Vem também ao amanhecer e na profusão de tudo
ri de mim, perdido mudo
Ah Saci de olhos vermelhos
que me faz avermelhar e ver melhor
a floresta encantada
encontrar o do pé pra trás
e esconjurar o satanás
é, Saci que borbotoa no broto oco do bambu
e me encaminha nesse redomoinho louco da vida
que roda a saia da moça que não tem mão pra segurar
que derruba o homem que quer a moça mas não consegue falar
só se sabe saci
quem sobrevoa, observa, com a tua música na mente, e sabe te encontrar.
Vai Saçurá, proteja minha casa e todas as ninhadas.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 30/11/2013
Para o meu querido Saçurá
A TRAMA E CAMISA DE LINHO
Camisa de linho Colombiana
Preciso não cuidar
Preciso cuidar para não ferir
Preciso ser preciso
oferecer o necessário para passar
e não como um pedinte
pois posso imprimir o sentimento errado
Preciso te falar
não posso te faltar
em caso de querer conversar
preciso entender que é momento de aceitar
e de deixar acontecer.
deixar a distância ditar
o tempo de como as coisas devem ou não se tecer.
Linho da Camisa
A trama da vida é o que faz tudo ter um enredo.
E o carretel do veio inicial da vida nunca tem fim.
Se cria o enlace de fio por fio
no dia a dia rapidamente
Para enfeitar
Fazemos então o bordado delicado
pregamos o botão simétrico ao furo
para que se junte no futuro
ao se vestir a camisa e dar início ao acobertamento do tempo
pois a trama do tecido está ali pra ser desvendada
e não desembaraçada.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13 - 30/11/13
Camilante
Camela a caminhante
por desvendar os mistérios
de seus próprios passos
Camela Camila
que a letra tem seus segredos
não gagueja Camela
pra não perder teu ritmo
De gamela a bacia
de noite e de dia
Camela Camila
Com pressa dores nas costas
e tudo sempre pronto pra estar sempre atrasado
Camila camela e se surpreende com o resultado
Camila camela
pra poder tirar o véu do mistério de viver.
porque criar é viver e pra você isso é irrestrito
Tiago Carneiro 29/11/13
para Camila Prietto
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Espeta pouco na pele
mas fala duro feito um coração
Estreita oriundo da arábia
firmar no peito uma intenção
espreita arguta na espera
pra falar de novo ao coração
Deixa, deixa, deixa o que tenho que fazer nessa vida
preciso de mais crescer e amar
Sim, amar, mas ao mar e com simplicidade.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13
Para Mariana
E quero agradecer a tua mão amiga
e quero agradecer ao teu conselho
quero pedir desculpa por eu ser pentelho
quero que faças uma viagem a gringa
Quero te dizer que cada agulhada foi funda
que cada caroço na orelha não foi fortuito
Esmero pra te dizer que o teu caminho também foi o meu
Espero que o teu caminho tenha muita alegria pois é seu
Quero te dizer que isso foi no intuito
pra te falar que carinho é tudo.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/11/13
Para Mariana Amargos
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Luar de minha visão
Luar de minha visão
I
Toda mulher é uma espécie de lua
a reluzir a cidade e seu contexto
e tudo o que há de singelo nesse olhar
há de orientar o olhar dos passantes.
II
É possível então
refletir a luz do sol
e criar iluminuras
feito escarificação
por dentro do peito.
III
Uma vez lua nostálgica
outra vez aviso de bom tino
na verdade um desejo
que não estava lá
onde eu espero.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 20/11/13 - 27/11/13
Manhãs raras
Manhãs raras
I
São confusas as sensações
vem de cintura em cintura
e tenta procurar o corpo
que dará calor ao amanhecer.
O vento vazio da manhã
que se cria se preencherá
de um ar mais frio, denso
e menos dinâmico.
São profundas as inexatidões
de amar tanto tudo ao mesmo tempo
II
Venta o ar matinal nas videiras
Contorce o dorso dos troncos
Vida inteira se agarra e se aperta
III
Talvez como videiras
produzamos a melhor fruta
ao dobrar o dorso
no encontro com o vento.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 19/11/13
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Ameliepoulando
necessidades da manhã
um tarot bem jogado
um horóscopo caprichado
um sonho de menino
a visita de um anjo
a caridade de uma lambida do cachorro
e ser solicito a ponto de atender aos próprios desejos.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 14/11/13
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Saí com um som na cabeça
Saio com a sonoridade da cidade que me guiou
Meu mundo musical sobrevoa o corpo do mundo
mas liga-me as tripas e extirpa de mim o mal de não aceitar caminhos
Para no há outros deslumbres
E que deixe o lugar
Mas que desembeste a vida.
Sigo agora assim um caminho.
Transformar o mundo por mim.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 12/11/13
domingo, 10 de novembro de 2013
onde se fecha
onde se fecha
se encontra
a asa
se abre
e se voa
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13
convexo
recôncavo
não conheço a bahia
mas bá
a gente ia em meio a sotaques
em meio a sermões hortodoxos
em meio a palavras dos anões
plano e com pedras
se chega a algumas reflexões
ao final o vidro faz parte do espelho.
e tudo se quebra
concavo
convexo
pleno, plano, plexo
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13
vi um pássaro
dei mais um passo no parque
um marco crescente dentro do peito
passei pela fresta da gaiola
delicado com o efeito furacão
perdi meu passo
prendi a respiração
deveria tê-la solta desde de quando nasci
é possível chorar mesmo sem ter sentimento reconhecido
caminha-se independente do jeito
pois no mais das vezes se tropeça
o importante é ter a elegância do pássaro quando erra a presa.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13
Obscuridade
Um dia um poeta uruguaio determinou a volta do tempo da luz de um farol.
Um dia eu entendi que por trás do que é escuro aos olhos abertos
é claro ao entendimento do coração.
Uma maneira de se olhar nunca atende ao que se anseia de verdade.
Distanciar do farol não quer dizer perder a luz
é querer enxergar o mundo com seus próprios olhos.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 11/11/13
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Meu canto
aqui meio Cerrado desalocado desfeito
Agora chove e aflora aqui.
Agora explode e ninguém vê.
Empoça e me aposso de sentimentos únicos
me remoço de acontecimentos fúteis
tudo pra esquecer a dor toda e qualquer dor que já não me tenha mais importância.
Meu canto desafinado meio que serra no ato as notas
importante ninguém notar
importante as vezes ir pelo ar.
não chove a flora de mata atlântica por aqui
aqui é tudo serrado ou semi cerrado nos olhos loucos, bêbados
quando chove dentro e fora esverdeia tudo. e desloca.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 29/10/2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
cobertor em dias quentes
deveria dizer não mais saudades
devo dizer apenas sinto carinho por você quando encontro as pessoas
a saudade cobra
e encobre o valor do que realmente se sente.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 25/10/2013
sempre fui chegado a amores novos
pois os amores novos são rebentos lisos
cheios de gosma de placenta
sempre fui chegado a revistar amores antigos
na lembrança tem o cheiro do bem quisto ainda
na realidade são uma vizinhança boa a quem se oferece uma tarde com café
as pequenas paixões também me encantam
são ligeiras e trazem os frescor das violetas
não é necessário para elas serem regadas todo dia
Me apraz regalar os sentidos em uma confusão de sentimentos como esses.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 25/10/2013
Do significado do caminho
Não se caminha somente
Não se encaminha só
Se utiliza, ou melhor recebe a vida
e se faz um caminho em meio a vários nós
saber a diferença sua para o outro
talvez não seja o suficiente
saber a igualdade tua para o outro
talvez não seja agradável
saber que se trilha sua própria
percepção talvez seja incrível
o que sabemos de fato é que toda
caminhada objetiva chega num fim
afinal a vida tem os seus fins.
E se a minha insegurança for o caminho da mudança que nego?
E se o caminho que quero for o de não
estar seguro e preso a amarras?
E se o amor que eu carrego for tão maior
assim que eu?
que eu te dê tudo isso e estejamos tão
distantes dele que
não compreendamos e o deixemos perder por
questões
medíocres?
E se o amor que tú me destes fora cristal
que derreteu em meio ao fogo infindo
e te e me queimou?
E se esse caminho todo for só o que sobra
da racionalização de uma dor
de não conseguir um fundo de uma fuga que
só em fantasia me lembre
que sou só uma lebre leve que foge e funde
a velocidade delicada
que é o amor e que se planta feito um enxerto
na árvore fecunda da vida?
Eu sei que me enchi de amor
e depois me enchi do amor
pra me encher de dor
pra me curar pelo amor de novo
isso não é das coisas que não podem mais
ser palavra.
Tiago Felipe Viegas Carneiro
10/08/2013 – 25/10/2013
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