se despreender da dor sempre o foi mais difícil durante as madrugadas.
as sensações beirando quase o prazer de ser entendido por outrém
que também se condoeu,
imaginar isso era um prazer,
finalmente me entendiam,
finalmente fora o meu discurso egóico, eu também entidiava.
mas meu único jeito foi pelo discurso palavroso,
não foi pela ação,
eu só entendia a ação pelo crivo convicto e interpretativo das palavras.
e elas combinadas com a minha fantasia sempre foram muito cruéis.
é como se consubstanciasse na minha pessoa algoz e herói.
não era possível então me entender em poucas palavras.
eu sou aquilo que não vejo de pronto
sou aquilo que me reservam como culinária, só que em palavras.
sou sempre o depois da ação. sou sempre o depois do outro.
sou sempre o que se lavora moendo.
se o meu sentimento fosse um café seria perfeito, mas eu sempre remoou o que tem do pó
para fazer meu próprio monstro de argila.
posso remodelá-lo.
agora é transformar, o pó de café, os sentimentos e a argila.
Tiago Felipe Viegas Carneiro 23/07/2013
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