terça-feira, 9 de julho de 2013
estreita cidade
As ruas da cidade me parecem apertadas, tanto as ruas quanto as calçadas. Eu ando pelas calçadas, às vezes de carro.
Ultimamente penso que a rua já não é o espaço natural.
Essa rua não é mais o lugar, a avenida não é mais o lugar, o lugar onde se mora também não, assim como essa cidade.
O mundo não é o hoje e nunca foi só amanhã.
O mundo não é esse, cheio de reacionários, de vidas que não enxergam mais e não enxergar além.
Defino como não enxergar mais os seres cuja visão se limita a si próprio.
Não enxergar além são os seres que se importam com tudo e não fazem nada.
Algo se rompe no momento de agir, algo aflige no momento de assumir e querer dessas pessoas.
O mundo essa coisa que não se deixa ser mais livre e ser livre é se dar conta de que o que se precisa realmente é pouco, é quase nada.
Não se precisa da beleza extrema o muito nem do suficiente, se precisa estar, se precisa de se deixar ser. E o mundo e essa cidade inteira não se é mais.
Esse mundo se tornou somente uma sensação, você faz para se sentir, não deixa as coisas acontecerem para você sentir.
Não se sente mais a beleza da flor quando a encontramos, você vai ao mercado e a beleza da flor, algo que deveria durar mais na planta do que no vaso, se acaba rápido, só para que possamos tê-la num espaço restrito e individual. Não podemos mais nos prender a esse sentimento egoísta que nos faça acreditar na possibilidade de todas as coisas só para si.
Algumas pessoas entenderam o que é isso e fazem as hortas públicas, mas em que espaço mais as faremos?
Como deixaremos a consciência florescer para nós se ficamos com a merda do celular concectado até no momento em que deveríamos estar em sociedade, nos atentar ao próximo seja no metrô, no ônibus e mais grave, no trânsito?
Estamos nos conectando com tudo e ao mesmo tempo não nos conectamos com o mais importante, as reais necessidades da gente.
Nós essa coisa amórfica, formidável, moldável, nos enformamos em algo quase parasitário e de vidas muito, mais muito pejorativas e desncessariamente tensas. Nesse nosso altual formato não nos permitimos o erro. Não nos permitimos o fracasso. Aprendamos o certo deixar viver, e o erro faz parte da vida.
O pensamento estreito não deveria fazer parte da nossa vida.
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